Trihalometanos: até isso?



Sim, se já não fossem mais que suficientes todos os efeitos colaterais do consumo da água clorada no nosso organismo, tem mais essa, os trihalometanos (THMs)!

O que são os trihalometanos? 

Os THMs são compostos orgânicos derivados do metano (CH4), resultados da ação do cloro sobre a matéria orgânica vegetal em decomposição submersa na água clorada.

A descoberta da formação desses compostos na água clorada (os THMs) data de 1974. A partir de então, com normas regulamentadoras de órgãos de proteção à saúde pública, a formação dos trihalometanos vem sendo controlada, ao menos é o que se divulga e se espera.

Segundo Agenor Zarpelon e Eloize Motter Rodrigues, em artigo publicado as SANARE – Revista Técnica da SANEPAR – Companhia de saneamento do Paraná, “Os trihalometanos são, em estado puro, substancias líquidas (clorofórmio, bromofórmio) ou sólidas (iodofórmio) à temperatura ambiente (10 a 30˚C)”; apresentam “odor característico (uns agradáveis e outros repulsivos)”; e são “pouco solúveis em água, mas muito solúveis em diluentes orgânicos”.

Segundo esses autores, são fatores favoráveis ao aparecimento dos trihalometanos:
  •  O tempo em que os compostos orgânicos ficam imersos – as pesquisas comprovam que em alguns casos, menos de uma hora, em outros, alguns dias;
  • A temperatura – a cada 10˚C dobra a formação dos trihalometanos;
  • O PH da água, quanto mais elevado, mais favorável;
  • A quantidade de bromo (que com o flúor e o cloro formam os halogênios) presente na água;
  • A dosagem e o tipo de cloro.

Consequências no organismo humano

Em Nota Técnica do Departamento de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – USP, a doutoranda Eliana Leão do Prado escreve: Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS (1996), ensaios laboratoriais revelaram que algumas dessas substâncias são cancerígenas para os animais”.

E continua, “Alguns estudos referem riscos de cancro na bexiga e, em mulheres grávidas expostas a altos níveis de subprodutos da cloragem, interrupções de gravidez ou deficiências congênitas nas crianças”.

No artigo da Revista Técnica da SANEPAR, citada anteriormente, os autores informa que pesquisas realizadas com ratos demonstram que elevadas doses de clorofórmio (um dos quatro tipos de trihalometanos) é causador de câncer, principalmente de bexiga e intestino baixo. “Como o metabolismo destes animais é qualitativamente semelhante ao do homem, se suspeita que sejam também um carcinógeno humano. Estudos epidemiológicos sugerem igualmente este risco”. E acrescentam que em pesquisas “recentes assinalaram uma correlação positiva entre os níveis de clorofórmio na água e os carcinomas da bexiga e do intestino baixo”. Dessa forma, a conclusão dos autores é de que “Vistos em conjunto, os estudos epidemiológicos proporcionam evidencia suficiente para manter a hipótese de que a presença do THM nas águas potáveis representa um risco para a saúde, já que podem estar incrementando a mortalidade por câncer”.

E continuam: “Em consequência, devido a existência e perigo potencial para o homem, os níveis de clorofórmio na água devem reduzir-se tanto quanto permitam as possibilidades tecnológicas e econômica, tendo em conta a utilização de métodos que não comprometam a proteção quanto enfermidades infecciosas transmitidas pela água”.

Como controlar

Por último, Agenor Zarpelon e Eloize Motter Rodrigues, autores do artigo, indicam algumas alternativas para o controle dos trihalometanos, dentre elas, a que consideram mais eficiente: carvão ativado: “O emprego do carvão ativado granular é a melhor técnica entre todas as opções para controlar eficazmente tanto a remoção das substancias orgânicas como os trihalometanos”.

Portanto, aí estão mais algumas justificativas para termos em casa um bom purificador de água. E quando falamos bom, salientamos a eficiência bacteriológica, fundamental para assegurar água pura, livre de sujeiras, cloro, metais pesados e bactérias.

Além disso, também ter um filtro de entrada central, que manterá sua caixa de água limpa e sem o excesso de cloro, um componente químico extremamente dispensável na dieta diária.

Prevenir é sempre o melhor caminho. Cuide do seu patrimônio, que é a sua saúde e a saúde de quem você ama!

Referências:
1.      ZARPELO, Agenor e RODRIGUES, Eloize Motter – Os trihalometanos na água de consumo humano. Revista Técnica da SANEPAR – Companhia de saneamento do Paraná (sem data) < http://www.sanepar.com.br/sanepar/sanare/v17/TRIHALOMETANOS.htm > 20/09/2018.
2.      PRADO, Eliana Leão do – Os riscos para a saúde humana resultantes da exposição à Trihalometanos. Nota Técnica do Departamento de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – USP, 2010 < file:///C:/Users/Valmor/Downloads/i018915.pdf> 21/09/18
3.      MARMO, Carlos Renato – Formação e remoção de trihalometanos em águas de abastecimento tratadas na pré-oxidação com cloro. Dissertação de Mestrado – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Campinas, SP; 2005. < http://repositorio.unicamp.br/bistrean/REPOSIT/258650/1/MarmoCarlos Renato M.pdf > 21/09/2018

Comentários

  1. Show esse artigo. Muito obrigada por compartilhar informações super importantes!

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